E nós fomos, claro. Ainda para mais para uma estreia.
Depois do jantar, lá fomos nós para o recinto dos carrocéis. Começámos pelo mais pequenino. Sentámos o D. num mini-carro de bombeiros (tinha de ser um carro fechado porque ele poderia tentar sair) e pedimos ao G. - 2 anos mais velho - que lhe fizesse companhia. E lá foram eles. Na 1ª volta, o D. começa a franzir o sobrolho, na 2ª, a fazer beicinho e, à 3ª, já se soltara um choro assustado. O carrocel teima em prosseguir viagem, o G. grita-nos aflito porque o D. "tá a chorar!", eu e o pai tentamos convencer o D. - que mal nos vê quando passa por nós - que está tudo bem e fazemos figuras absolutamente ridículas, os pais do G. negoceiam com o maquinista uma paragem antecipada da coisa, o que vem a acontecer porque não há mais ninguém a bordo.
"Olha, não gostou", diz o pai, "mas agora vai andar comigo no grande e aposto que vai gostar". Eu deito uma olhadela aos cavalos e girafas, aos potes e cadeiras que giram e giram e sobem e descem e tenho as minhas dúvidas, mas pronto. E lá foi ele novamente, desta feita ao colo do pai. Não chorou, mas andou às voltas sempre com cara de poucos amigos.
Há tempo ainda para o G. ir dar umas voltas nos mini-carrinhos de choque. O D. - já no carrinho dele (de bebé, não de choque) - olha para as luzes e ouve a música sem o mínimo sinal de entusiasmo.
Vamos finalmente para casa e o D. vai dormir. Ao contrário de 99,9% das suas noites, acorda a meio da noite a chorar e agarra-se a mim quando o vou ver, trepa por mim acima e aponta para a porta do meu quarto. Dormimos todos mal: ele, o pai e eu.
De manhã comento com o N: "Se calhar traumatizámos o miúdo e agora nunca mais quer andar de carrocel". Resposta dele: "Se calhar... mas já viste o dinheiro que se poupa?"